Galeria do Rock

A Galeria do Rock é muito mais que um centro comercial - é um marco histórico e cultural fundamental para a identidade urbana e musical de São Paulo. Estabelecida em 1963 com o nome original de Shopping Center Grandes Galerias, o projeto arquitetônico de Maria Bardelli foi concebido em 1950 com o objetivo ambicioso de criar o maior centro comercial da cidade como forma de revitalizar e ocupar o centro de São Paulo. Inicialmente, o espaço abrigou alfaiates, sapateiros e outros prestadores de serviços tradicionais.

A verdadeira transformação cultural começou em meados da década de 1970, quando, após um período de quase abandono, começaram a se instalar lojas de artigos ligados à música, principalmente ao rock. Foi com a chegada dos vinis que o prédio ganhou o apelido carinhoso de "Galeria do Rock", consolidando-se como ponto de encontro de diversos grupos urbanos, incluindo punks, góticos, metaleiros e, a partir dos anos 90, a cultura hip-hop. Antonio de Souza Neto, o Toninho da Galeria, tornou-se administrador do edifício e iniciou diversos projetos para transformar a galeria em um espaço cultural além de comercial.

Atualmente, a Galeria do Rock possui 450 lojas distribuídas do subsolo ao quinto piso, sendo 218 especializadas no segmento rock, além de um terraço com vista privilegiada para o Largo do Paissandu. O espaço recebe cerca de 20 mil visitantes por dia e oferece uma diversidade única de estabelecimentos: lojas de roupas, salões de beleza, estúdios de tatuagem, lojas de quadrinhos, instrumentos musicais, CDs, vinil, camisetas e quadros de bandas. O edifício tombado pelo Conpresp mantém a arquitetura modernista de Maria Bardelli, com vãos e curvas que permitem a entrada de luz natural, enquanto o interior é decorado com grafites, pinturas e murais que homenageiam grandes nomes do rock, representando um dos principais símbolos da democracia cultural paulistana.